Encerra-se uma etapa, da sagaz saga sagrada da minha
aguerrida lida com a vida.
Enfim, chegou o fim para ti e para mim.
Não há desculpa, já que não há culpa.
Lembro-me de ti.
Misturo ternura e dolorosa tortura.
Nas recordações das ações de dois corações.
Nos dias idos e nos amanhãs temidos que ainda serão vividos.
Saudoso, recordo como foi perigoso e gostoso.
Já houve o calor do amor e o furor da dor.
A paixão, louca e não pouca.
Planos para anos e anos de grandes enganos.
Agora começará de novo.
Há novas etapas, eu sei.
Mas não te esquecerei.
Ainda haverá muitas flores, de todas as cores e odores,
partilhadas com amores ou amainando minhas dores.
Não te esquecerei, eu sei.
Outrora já tentei.
Ainda formarei pares, terei milhares de lares, nos mesmos
lugares ou em outros ares.
E eu não te esquecerei.
Nem sequer tentarei.
Ainda haverá tormento, lamento e sofrimento, em meu intento
de fomento de sentimento.
E o tempo passará.
Mesmo não sabendo onde tu estás.
Tua lembrança permanecerá.
Quando enfim a vida, comprida e já cumprida.
Em seu final, afinal mostrar-me tal mortal.
De bom grado, recordarei algo sagrado:
Tu.
Meu coração sorrirá em clara calma.
E eu me lembrarei no fundo de minha alma:
Em meu leito, teu peso sobre meu peito:
No ar, o luar de teu olhar.
Em meu último momento.
Apressar-me-ei em preciosa prece.
Em homenagem ao amor que sempre me aquece.
Com tua imagem presente em minha mente.
A morte chegará lentamente.
Meu derradeiro suspiro darei.
Feliz, pois jamais te esquecerei.
Wilson Roberto
C. Almeida
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